Minha terra tem ossos,
Que estiveram a governar;
As lápides, que aqui enterram,
Não enterram como lá.
Nosso céu tem uma estrela,
Destaque entre governadores,
Mas agora a terra amada,
Tem apenas as suas dores.
Em cismar, sozinho, à noite,
O seu túmulo fui visitar;
Minha terra tem ossos,
Que estiveram a governar.
Minha terra tem senhores,
Que não se identificam cá;
Em cismar, sozinho, à noite,
O seu túmulo fui visitar;
Minha terra tem ossos,
Que estiveram a governar.
Não permita Deus que eu morra,
Sem a São João Del Rei voltar;
Pois o rincão abençoado
Eu preciso revisitar;
Sem qu’inda aviste os ossos,
Que estiveram a governar.
Maicon Jaques,
Canção do Enterro
Sua releitura da Canção do exílio é uma dupla homenagem a São João Del Rei e ao grande poeta Gonçalves Dias . E essa crítica política é muito pertinente,Nossas raízes, nossas origens estão diretamente ligadas a nossa terra natal.
Maicon,
Sei que você não se identifica muito com o gênero, mas sua ideia foi muito boa. Eu teria só uma pequena dica: leia o poema em voz alta. No verso “Tem apenas as suas dores.”, sinto que o artigo “as” está “sobrando”, sabe? Sobre este verso achei mais difícil de dar uma sugestão: “Sem a São João Del Rei voltar”, mas sinto que São João Del Rei é um nome grande demais para o verso, rs. Talvez você possa colocar apenas “del Rei” ou “São João”. Não sei se ajudo, mas a intenção é essa, de coração 🙂
Um abraço,
Lorraine